Recordações do Universo
O Despertar de Awe
No âmago do cosmos, a intrigante entidade conhecida como Awe (pronunciada óh!) emerge como o ponto primordial de toda a existência. Em sua essência, Awe pode ser vista como a personificação do universo, uma entidade cuja capacidade transcende a compreensão mortal. A verdadeira função de Awe, e tudo o que esse nome abarca, permanece envolta em mistérios e incertezas. Awe é inquestionavelmente superior a qualquer divindade conhecida, dotada de um poder que transcende a capacidade de discernimento mortal. Seus poderes eclipsam até mesmo os panteões combinados, levando à suposição de que os deuses que conhecemos são meros subalternos de Awe. Acredita-se que o conceito de Awe precede até mesmo a noção fundamental de bem e mal.
Durante o "Despertar de Awe", esta entidade deu origem às Energias de Construção e Destruição, forças primordiais destinadas a esculpir o tecido e os objetos neste novo universo. Pode-se conceber essas energias ao imaginar um amontoado de blocos de madeira: A Energia de Construção moldaria esses blocos como um boneco, enquanto a energia de destruição o desmontaria. No entanto, a energia de destruição permitiria que esse boneco fosse transformado em um outro amontoado de blocos de madeira, que, por sua vez se tornaria outro brinquedo, perpetuando a construção do universo. Curiosamente, a energia de destruição vê a energia de construção como uma forma de destruição, e vice-versa. Cada uma dessas energias direciona o estado do universo para mais próximo das vontades de Awe, sendo chamadas de energias naturais. A trama cósmica desdobrou-se à medida que elas se entrelaçavam, dando origem aos Reinos Cósmicos. Alguns eram constituídos puramente de Construção, outros de Desconstrução, enquanto alguns mantinham um equilíbrio delicado entre ambas energias.
Os Titãs e os Deuses
Dessa dança cósmica, emergiram diferentes reinos e criaturas. Gradualmente, esses reinos foram sendo controlados por Titãs, uma raça cujas dimensões rivalizavam com galáxias e eram cospostos por essa energia natural. De tempos em tempos, quando titãs se aproximavam, causavam estragos colossais pois suas energias não eram compatíveis. Para evitar as suas próprias destruições, Titãs conceberam o Véu Celestial, uma barreira celestial que separava os distintos domínios, garantindo que cada Titã sobrevivesse apenas em seu próprio reino, de acordo com a concentração específica de suas energias naturais.
Cada Titã, então, manipulou as energias e as criaturas de seu domínio de acordo com sua vontade. Suas vontades materializaram-se em duas forças primordiais para o universo: Individual e Coletiva, que influenciam até hoje as bordas do vasto cosmo. A força Individual enfatizava o valor moral de cada criatura individualmente, entendendo que os objetivos e interesses de cada um deveriam prevalecer sobre os interesses dos grupos, se não fosse de forma voluntária. Valorizava a independência, a autonomia, a responsabilidade sobre si mesmo e a tolerância aos outros indivíduos. Nesse contexto, cada criatura deveria se responsabilizar por suas ações e colher o sucesso ou o fracasso de suas próprias decisões. Por outro lado, a força coletiva enfatizava o valor dos grupos e entende que seus objetivos e interesses devam prevalecer sobre os interesses individuais de cada criatura. O coletivismo valoriza a coesão dos grupos, a obediência, o altruísmo e o respeito à hierarquia. Nesse contexto, a maioria dos titãs oferecia segurança às criaturas do seu reino em troca de lealdade. É fundamental entender que essas forças não só moldavam cada criatura do reino, mas também suas próprias regras físicas e sociais.
A Criação de Zattera
Periodicamente, alguns titãs desafiavam o Véu Celestial para tentar influenciar outros reinos com sua própria energia. Com essa finalidade, Titãs conceberam os primeiros Deuses: seres imortais com o poder de manipular o espaço físico e representar conceitos deste universo, como justiça, vida ou a natureza. Comandado por Titãs, eles elaboraram um túnel celestial para liberar magia divina no centro dos Reinos Cósmicos. Isso resultou na formação de um único lugar onde deuses de diferentes domínios poderiam interagir: Etherea. Esse lugar eclodiu em sucessivas explosões arcanas dando origem a diversos mundos arcanos como Ar, Fogo, Terra, Água, entre outros. Cada um desses mundos era conhecido como as Esferas Elementais. Em cada uma dessas esferas, o elemento dominante moldou seus seres e vidas. E, pela primeira vez, Deuses, mesmo subordinados por Titãs, puderam exercer sua influência conforme desejavam.
Nas profundezas das Esfera Elementais, onde convergiam as energias naturais (oriundas dos cosmos de Awe), divinas (proveniente dos Titãns e Deuses) e arcanas (emanada das criaturas nascidas nessas esferas), nasceu o Mundo de Zattera: um mundo onde as condições eram perfeitas para a vida mortal florescer. Esse mundo, em particular, chamou a atenção de uma determinada raça denominada os Progenitores, criaturas bestiais e beligerantes com uma tonalidade de pele e sangue azulados. Seu objetivo já estava escrito nas estrelas: isolar esse mundo, protegendo-o do caos.
Assim, nos recantos do tempo e espaço, tecido pelas mãos imortais de Awe, cuja visão transcendia a compreensão mortal, esse universo fantástico se desdobrou. Essa era a tapeçaria cósmica, onde cada fio de Construção e Desconstrução entrelaçava-se para criar a história épica dos mundos, das divindades, e das civilizações que emergiriam nos raios da eternidade.